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EU SOU BIPOLAR?


A bipolaridade virou moda. Falar que é bipolar ou "rotular" alguém próximo tornou-se algo comum. Muitos termos da psiquiatria caíram no senso popular nos últimos anos, e isso tem seu lado positivo, pois as pessoas estão buscando cada vez mais tratamento, e muitos pré-conceitos como, por exemplo, de que psiquiatra ou psicólogo é para "louco" tem caído por terra.

Porém, é preciso tomar alguns cuidados ao fazer um diagnóstico. A palavra bipolar na linguagem popular virou sinônimo de instabilidade emocional e isso é bem diferente da linhagem médica para transtorno bipolar. A pessoa instável altera seu humor devido a coisas que acontecem a sua volta, enquanto o bipolar mantém o humor depressivo, se estiver na fase depressiva, ou a mania, durante a fase da mania independente do que acontece externamente. O transtorno de humor bipolar é caracterizado por uma variação extrema de humor entre mania e depressão. Ela passa por episódios de extrema alegria e euforia, para um episódio de intensa tristeza e desespero.

Existem algumas pessoas que não se incluem no bipolar clássico, porque não chegam a atingir os estados de mania ou depressão, porém possuem um temperamento forte, são intensas, dramáticas, instáveis e predispostas a vários problemas. Elas entram na modalidade chamada Espectro bipolar.

Porém, ter "altos" e "baixos", não é o suficiente para caracterizar um transtorno. Muitas vezes a instabilidade de humor acontece porque a pessoa não lida com certas situações que ocorrem no seu dia-dia. Pessoas muito perfeccionistas ou controladoras têm dificuldade em aceitar que nem sempre as coisas acontecem do jeito que elas desejam. São donos da verdade e dificilmente aceitam que os outros podem fazer as coisas de uma maneira diferente. O seu humor muda de um momento para o outro, num momento estão bem, no outro ficam irritados, e por isso são taxados de bipolares.

Aprender a ser mais tolerante com as pessoas e lidar melhor com o inevitável fazem bem para a pessoa e para todos que estão a sua volta. A terapia cognitiva ajuda a lidar melhor com as situações, mudando a maneira de pensar, e conseqüentemente o humor. É uma psicoterapia breve, cientificamente comprovada, focada nos problemas atuais que utiliza uma variedade de técnicas para mudar o comportamento.

Christianne Maia é Terapeuta Cognitiva e Neuropsicóloga